Confissão e arrependimento: as condições do reavivamento
“Uma expressão de Hebreu 12:17 resume muito bem a questão. Falando de Esaú, a passagem diz que, “querendo herdar a benção” ele se entristeceu. Como Faraó, Balaão e Judas, o coração de Esaú não foi quebrantado por causa da dor que seu pecado havia trazido à sua família ou ao coração de Deus. Sua preocupação era com o direito de primogenitura que havia perdido. Ele ficou triste porque não tinha recebido o que acreditava ser seu por direito. Seus motivos não eram puros. Sua tristeza foi por sim mesmo. O falso arrependimento focaliza as consequências do pecado e não o próprio pecado.
A lei da semeadura e colheita é divina. É verdade que o pecado traz consequências terríveis, mas o arrependimento não se concentra nos resultados negativos do pecado. Em vez disso, a preocupação está na desonra e tristeza causadas a Deus.
O verdadeiro arrependimento se caracteriza por, pelo menos, três coisas: Primeira, tristeza porque o pecado fere o coração de Deus. Ficamos tristes porque ferimos Aquele que tanto nos ama. Segunda, honesta confissão do pecado cometido. O verdadeiro arrependimento não está associado a desculpas para nosso comportamento. Não culpamos outra pessoa. Assumimos a responsabilidade pelas nossas ações. Terceira, o verdadeiro arrependimento inclui a decisão de se afastar do pecado. Não pode haver arrependimento genuíno a menos que haja uma reforma correspondente na vida. O falso arrependimento, por outro lado, focaliza a própria pessoa. A preocupação está nas consequências do pecado. É um estado emocional de tristeza porque o pecado traz consequências negativas. Inventamos desculpas e colocamos a culpa em outra pessoa. Não ficamos preocupados com a mudança de comportamento, a menos que a mudança traga recompensas.” Lição E. S. 3° Trim. 2013, pág. 42 – Lição de Aluno, pág. 72 – Lição de Professor
É fato que nosso pecado, seja em grau ou quantidade, causa tristeza em Deus e também separação. Cristo sentiu tudo isto ao assumir nossos pecados no processo de crucificação. Devemos ter consciência disto. Se quisermos glorificar o nome de Deus precisamos viver a vida de Cristo em nosso coração, uma vida de obediência e poder.
Infelizmente algumas pessoas acreditam que o homem não pode ser um pecador habitual, mas que aqueles “pecadinhos” ocasionais são inevitáveis. Deste modo, para eles, é impossível que o homem atinja uma condição de vida antes da glorificação onde mesmo esses “pecadinhos” ocasionais passem a não mais existir. De uma forma mais clara para elas é impossível que o homem de alguma forma passe a viver sem pecar.
Sempre lembrando que quando falamos de viver sem pecar antes da glorificação não estamos falando de vida sem a possibilidade de pecar, estamos falando simplesmente de vidas que enquanto estiverem na plenitude do nosso Senhor Espírito Santo estarão livres da escravidão do pecado, estarão vivendo sem a presença do pecado.
O verdadeiro e o falso arrependimento
Segundo a nossa lição da Escola Sabatina o verdadeiro arrependimento atua na vida do homem da seguinte forma: 1- gera no coração do homem a tristeza por estar fazendo algo que desagrada a Deus. 2- De coração quebrantado, este homem sente a necessidade de confessar seus pecados e de também invocar o poder de Deus sobre sua vida para não mais cometer novamente aqueles mesmos pecados. 3- Toma a decisão de se afastar do pecado.
Nossa lição define o falso arrependimento como sendo aquele que focaliza apenas as consequências do pecado e não o próprio pecado. Outro detalhe exposto na lição também, é que quando estamos apenas com esse falso arrependimento “inventamos desculpas” (para o pecado) e colocamos a culpa em outra pessoa.
Agora perguntamos: Não é a crença de que é impossível viver completamente sem o pecado, uma forma de nos acomodarmos na condição em que ainda permanecemos com alguns pecados não vencidos e não abandonados?
Um erro conduz a outro. Enquanto somos condescendentes com algum pecado, não sentiremos a necessidade do verdadeiro arrependimento e, obviamente, viveremos o falso arrependimento achando que estamos justificados ou perdoados diante de Deus. Misericórdia Senhor!
Outra pergunta: Como sentir a necessidade do verdadeiro arrependimento e de ter uma vida completamente santificada enquanto estamos acomodados em uma condição de vida na qual ficamos arrumando desculpas ou justificativas para a existência e permanência de “alguns” pecados?
Não podemos gostar do pecado. Deus não gosta. Temos a tendência de usar nossa natureza como desculpa para a existência e permanência de alguns pecados em nossa vida, mas não podemos esquecer o que o Senhor tem nos ensinado neste trimestre nos estudos das lições. Na terceira lição vimos que existe na palavra de Deus poder para transformar nossa natureza e restaurar em nós a imagem divina:
“A Palavra de Deus é um vivo, dinâmico e poderoso agente de transformação. O mesmo poder que estava na Palavra escrita de Deus pronunciada por Deus na criação está na Palavra escrita de Deus. Ao aceitar os mandamentos e promessas de Deus pela fé, recebemos o poder do Espírito Santo para fazer a vontade de Cristo. “ A energia criadora que trouxe à existência os mundos está na Palavra de Deus. Essa Palavra comunica poder e gera vida. Cada ordenança é uma promessa; aceita voluntariamente, recebida na alma, traz consigo a vida do Ser infinito. Transforma a natureza restaurando-a à imagem de Deus.” (Ellen G. White, Educação, p. 126) Lição da E. S. Reavivamento e Reforma, pág. 31
Como vive o homem que teve a natureza transformada pelo Senhor Espírito Santo
“Não há segurança para uma pessoa que tenha religião meramente legal, uma forma de piedade. A vida cristã não é uma modificação ou melhoramento da antiga, mas uma transformação da natureza. Tem lugar a morte do eu e do pecado, e uma vida toda nova. Essa mudança só se pode efetuar mediante a eficaz operação do Espírito Santo.” O Desejado De Todas As Nações, pág. 172
Mais uma vez lembramos: Não existe desculpa para o pecado!
“A influência do tentador não deve ser considerada desculpa para qualquer má ação. Satanás rejubila quando ouve os professos seguidores de Cristo apresentarem desculpas quanto à sua deformidade de caráter. São essas escusas que levam ao pecado. Não há desculpas para pecar. Uma santa disposição, uma vida cristã, são acessíveis a todo filho de Deus, arrependido e crente.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 311.
“Cristo nos imputa Seu caráter imaculado, e nos apresenta ao Pai em Sua própria pureza. Há muitos que julgam ser impossível escapar do poder do pecado, mas a promessa é que podemos ser cheios da plenitude de Deus. Nós ambicionamos muito pouco. O alvo é muito mais elevado.” Review and Herald, 12 de julho de 1892. Cristo Nossa Justiça, pág. 109
Os textos inspirados acima nos alertam que não devemos ficar arrumando desculpas para o pecado porque não existe algo que justifique a sua existência e permanência em nossa vida. O que realmente devemos fazer é orar ao Senhor pedindo que Ele nos conceda o verdadeiro arrependimento para que tenhamos o desejo de uma vida completamente santificada e poder para viver a norma estabelecida por Deus. Assim cumpriremos nossa missão de glorificar o Seu nome e abreviar o fim desse mundo de tanto sofrimento.
Confissão
O “verdadeiro arrependimento” gera no homem o desejo de afastar-se do pecado. Ao buscar no Senhor o “verdadeiro arrependimento”, irá alcançá-lo, confessará seus pecados a Deus. Esta confissão não será uma confissão vaga. Deverá ser confessado tudo que tem feito de errado que desagrade ao Senhor. Com certeza, encontrará não apenas perdão, mas também libertação dos seus pecados.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” 1 João 1:9
Este verso é lindo! Ressaltamos a parte final que menciona a purificação resultando na obra completa que Deus quer realizar além de perdoar: “…e nos purificar de toda a injustiça.”. Dificilmente ouvimos este final e, quando ouvimos, soam como palavras soltas ao vento, sem fé, ditas por dizer. Misericórdia!
Nossa confissão deve ser como orienta nossa lição. Deve ser específica e com um objetivo definido: a libertação dos pecados confessados conforme menciona também o verso de 1 João 1:9.
Outro dia ouvi um irmão mencionar a seguinte frase em sua oração: “Senhor, somos miseráveis pecadores…”
É verdade que temos que ter este reconhecimento da nossa condição de miseráveis pecadores. Mas diante de tudo que nosso Deus disponibiliza para mudar nossa vida devemos ter muita vergonha de ainda permanecermos nessa condição, não acha?
Quando dizemos, “somos miseráveis pecadores” também devemos dizer: “Senhor aumente nossa fé para que possamos ver e aceitar o Teu poder para mudar nossa vida, de miseráveis pecadores para fiéis e obedientes servos do nosso Senhor e assim glorificar Seu nome através da nossa vida.”
“Arrependimento e confissão são dois prerrequisitos necessários para que recebamos o poder do Espírito Santo em abundância.” Lição da E. S. Reavivamento e Reforma, pág. 68
“É ’a bondade de Deus’ que nos leva ao arrependimento. É o poder de convencimento do Espírito Santo que nos conscientiza da necessidade de um Salvador que perdoa os pecados. Ao mesmo tempo, devemos lembrar que o Espírito Santo não enche corações impenitentes. (RO. 2:8; Atos 2:38,39; 3:19). Lição da E. S. Reavivamento e Reforma, pág. 69
“No cenáculo, os discípulos arrependeram-se e confessaram seus pecados a Deus e uns aos outros. Foram reconciliados com Deus e unidos aos irmãos. Prepararam o coração para receber o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes. O pecado impede esse mesmo derramamento em nossa vida, bloqueando o fluxo do Espírito de Deus. Arrependimento e confissão de pecados específicos abrem os canais obstruídos da alma, para que recebamos o mais precioso dom de Deus, o Espírito Santo em sua plenitude.” Lição da E. S. Reavivamento e Reforma, pág. 75
“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Provérbios 28:13
A promessa não é para aqueles que permanecem anos e mais anos na condição de “miseráveis pecadores” sem o desejo de uma mudança de vida. A promessa é para aqueles que confessam e pelo poder de Deus DEIXAM os seus pecados.
“Não é genuíno nenhum arrependimento que não opere a reforma. A justiça de Cristo não é uma capa para encobrir pecados não confessados e não abandonados; é um princípio de vida que transforma o caráter e rege a conduta. Santidade é integridade para com Deus; é a inteira entrega da alma e da vida para habitação dos princípios do Céu.” O Desejado De Todas As Nações, pág. 556
Senhor conceda-nos o verdadeiro arrependimento. Conscientize-nos da necessidade de permitirmos que o Senhor faça Sua obra em nosso coração. Dá-nos a graça de viver para sua glória ao afastar nossa vida do pecado e purificar-nos pelo Teu poder. Faça-nos entender e aceitar que somente assim estaremos preparados para recebermos o Senhor Espírito Santo em abundância. Em nome de Jesus pedimos…
Deus seja para sempre louvado!
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