TENTAÇÃO É PECADO?

Publicarei um artigo por semana sobre o tema TENTAÇÃO. Que o Senhor nos ajude!

Tenho percebido a existência de uma grande confusão mesmo entre o professo povo de Deus sobre o tema, tentação. Como definir tentação? Afinal qualquer tipo de tentação não é pecado? Existe algum tipo de tentação que seja pecado? Essas perguntas precisam ser respondidas com segurança e convicção para que tenhamos uma ideia exata da norma que o Senhor tem para aqueles que serão salvos, por Sua graça. Percebo que muitos têm uma norma inferior daquela que o Senhor tem para os que serão salvos. Podemos dizer que uma causa dessa norma inferior está sendo aceita, seja a falta de conhecimento sobre o tema, tentação. Também foi possível comprovar conversando com algumas pessoas a falta de entendimento e também a não aceitação, da relação existente entre inclinação, tendência ou propensão para o mal, com defeito de caráter. O conhecimento e aceitação da verdade sobre essas questões são importantíssimas para nossa salvação. Nosso inimigo é o responsável por essa falta de conhecimento, pela não aceitação da verdadeira norma que o Senhor deseja que seja alcançada pelo Seu poder, pelos que serão salvos. É meu objetivo nesse estudo tentar desfazer e eliminar as mentiras que o inimigo conseguiu colocar na mente de muitos do nosso povo. Que o nosso Deus o Espírito Santo nos ilumine nos dando entendimento e aceitação da maravilhosa obra de libertação plena do pecado que Ele deseja realizar em nós, antes que seja tarde demais.

Ao começar esse estudo fiz para algumas pessoas as seguintes perguntas:

Tentação é pecado?

Qual é sua definição de tentação?

A maioria dos que perguntei respondeu a primeira pergunta afirmando que tentação não é pecado. Essas pessoas usaram como argumento para justificar sua opinião o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas e não ter tido nenhum pecado. Em Hebreus 4:15 temos a confirmação de que Jesus realmente foi tentado em todas as coisas e não pecou.

“Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. Hebreus 4:15

Realmente ao constatarmos que Jesus foi tentado em todas as coisas e não ter pecado algum, implica na necessidade de termos que aceitar no mínimo que existe realmente algum tipo de tentação que não é pecado.

“A tentação não é pecado. Jesus era santo e puro; contudo foi tentado em todas as coisas como nós, mas com uma força e veemência que não há de ser por nenhum de nós experimentada”. T5 425.4 Ellen G. White.

Alguns irmãos que responderam afirmando que tentação não é pecado, não definiram tentação como a maioria, mas sim como sendo um estímulo externo, “sugestões tentadoras as quais exerce certa pressão sobre o indivíduo tentado” ou “uma tentativa de desviar da estrita obediência da lei”. Acredito que esse tipo de tentação realmente NÃO É PECADO. Ou melhor, não desperta ou provoca no indivíduo tentado O PECADO. Não faz com que o tentado PEQUE. Entenderemos melhor essa questão na sequência desse estudo.

Como a Maioria Definiu Tentação

Usar o argumento o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas e não ter pecado não é o problema, vimos que Ellen White também usou esse argumento para justificar sua afirmação de que tentação não é pecado. Considero como sendo bastante problemático é o fato de pessoas usarem esse argumento para afirmar que a definição de tentação que eles têm em mente não é pecado! Vejamos então como a maioria definiu tentação.

Problema mesmo nessa questão é como a maioria definiu “tentação”. A maioria definiu tentação como sendo um “forte desejo de fazer algo errado ou censurável”, “desejo para algo não recomendável”, “desejo para o mal”, “maus desejos”, “impulso para a prática de tudo aquilo não é lícito aos olhos de Deus”, “desejo de praticar algo que não nos convém” “desejo de fazer algo que não agrada a Deus”. Importante e intrigante saber que as pessoas que deram essas definições de tentação também afirmaram que tentação não é pecado fundamentando sua opinião citando o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas e não ter pecado! Precisamos responder. Será mesmo que esse tipo de tentação definida pela maioria não é pecado?

Afirmar que esses tipos de tentações não é pecado tendo como fundamento para essa afirmação o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas e não ter pecado é pensar que “em todas as coisas” em Hebreus 4:15 está incluído aqueles tipos de reações que a maioria definiu como tentação, tendo se manifestado na vida de Jesus. Isso nos leva para uma aberração teológica.

É como se para essas pessoas Jesus tivesse tido todas aquelas reações, mas não tendo sido essas reações considerado pecado na vida dEle. Então se essas tentações não foram consideradas pecados na vida Cristo, conclui-se então, que elas não são também pecado em nossas vidas.

Parece ser essa a lógica do pensamento dessas pessoas. Acredito que essas pessoas não estão cientes das complicações que surgem como consequência dessa forma de pensar. Na sequência desse estudo iremos analisar algumas dessas complicações.

Vamos agora nos concentrar em algumas perguntas importantíssimas. Essas perguntas precisam ser respondidas com muita clareza. Saber como definir o pecado e quando ele se manifesta é fundamental para aqueles que almejam a salvação. Sigamos então em nosso estudo com muita atenção e oração. Que o Senhor Espírito Santo nos ilumine e nos livre das mentiras do inimigo das almas.

Perguntas Para Nossa Reflexão

Será que quando Ellen White afirma que tentação não é pecado ela está se referindo também ao tipo de tentação definida pela maioria? “desejo para o mal”, “maus desejos” etc

É possível confirmar pela Bíblia e Espírito de profecia que o tipo de tentação definido pela maioria não é pecado?

Será que o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas é um argumento que pode ser usado para afirmar que esse tipo de tentação não é pecado?

Fica agora outra pergunta que precisa ser respondida com ainda mais atenção.

O fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas significa que Ele teve todos os desejos e sentimentos pervertidos que nós temos?

A resposta é um expressivo NÃO para as quatro perguntas!

Alguns detalhes importantes devem ser observados na sequência desse estudo antes de começar nossa argumentação sobre o porquê de a resposta ser NÃO para as quatro perguntas.

Detalhe Importante

Usar como argumento para afirmar que tentação não é pecado, o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas e não ter pecado não é uma coisa que acontece somente entre os leigos adventistas.

Entre as pessoas entrevistadas por mim um é pastor adventista. Ele não definiu tentação, mas respondeu à pergunta se tentação é pecado da seguinte forma.

“Tentação não é pecado. Se não Cristo…”

Infelizmente esse pastor apesar dos muitos anos que tem no ministério, não respondeu à segunda pergunta e também não completou a primeira com duas palavras que acredito eu, ele tinha em mente para completar sua resposta. Essas palavras são: “teria pecado”. Não posso afirmar o porquê de esse pastor ter agido assim, se foi covardia, insegurança, enfim não sei mesmo. Fato é que tenho constatado a triste realidade que, pastores adventistas têm respondido com silêncio, pelo menos comigo, quando são confrontados com questões importantes a respeito da nossa fé.

Agora vejam comentários sobre tentação feitos por um renomado teólogo adventista George R. Knight em um de seus livros, Pecado e Salvação.

“Antes de encerrar esta discussão sobre a definição de pecado como estado de rebelião, como relacionamento quebrado e como uma série de atos, precisamos examinar brevemente outros aspectos do pecado. Primeiramente, tentação não é pecado. Jesus foi tentado, mas não pecou. Nem eu peco quando sou tentado. O pecado ocorre quando reconheço que uma coisa é tentação, mas mesmo assim decido agir em conformidade com ela e, para todos os efeitos, é como se eu estivesse dizendo para Deus ‘cair fora’”. George R. Knight Pecado e Salvação p. 46

“A tentação pode se tornar pecado no momento em que tomo consciência da tentação. Nesse ponto posso escolher entre duas coisas. Posso rejeitar a tentação pelo poder de Deus ou posso me concentrar na tentação e alimentá-la um pouco. Em outras palavras, posso pedir a Deus que entre em minha vida e me ajude a vencer; ou pedir que Ele se ‘distancie’ por um tempo para que eu possa apreciar sem constrangimentos minha luxúria secreta”. George R. Knight Pecado e Salvação p. 168

No primeiro texto retirado desse livro o autor, George R. Knight defende que tentação não é pecado e como a maioria usa como argumento para comprovar que tentação não é pecado o fato de Jesus ter sido tentado em tudo e não ter pecado. Estranho é que no primeiro texto George R. Knight afirma que o pecado ocorre quando reconheço que uma coisa é tentação, mas mesmo assim decido agir em conformidade com ela”. É muito claro nesse texto que o autor afirma que o pecado acontece quando acontece uma ação em conformidade com a tentação.

Já no segundo texto George R. Knight afirma que o pecado acontece quando alimento a tentação, “posso me concentrar na tentação e alimentá-la um pouco”, em outras palavras quando acaricio a tentação.

Isso fica mais claro quando ele explica novamente quando o pecado ocorre: “pedir que Ele se ‘distancie’ por um tempo para que eu possa apreciar sem constrangimentos minha luxúria secreta”.

Pecado agora ocorre quando ele pede que Deus se distancie para que ele possa apreciar sem constrangimentos sua luxúria secreta”.

Confuso não? Percebe-se que existe confusão e de certa forma uma indefinição sobre quando tentação se torna pecado até mesmo quando um renomado teólogo trata desse assunto. Não poderíamos esperar coisa diferente por parte dos leigos da nossa igreja. Evidente na mensagem transmitida por esse teólogo é: Tentação não é pecado, pelo menos o seu início, ou seja, no momento em que ela surge.

Também usar para justificar sua afirmação de que tentação não é pecado o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas e não ter pecado.

Gostaria de ter oportunidade de perguntar a esse teólogo como ele define tentação. Acredito não ser difícil concluir que ele também define tentação como a maioria, por exemplo, “desejos de fazer alguma coisa contrária a vontade de Deus”, pois isso está implícito em sua mensagem sobre tentação. Vejam no trecho a seguir do livro Pecado e Salvação como o autor George R. Knight define, tentação: “[…] pedir que Ele se ‘distancie’ por um tempo para que eu possa apreciar sem constrangimentos minha luxúria secreta”. George R. Knight Pecado e Salvação p. 168

Acredito não ser difícil concluir que a mencionadaluxúria secreta,” seja algum tipo de tentação, seja algum tipo de desejo de fazer algo errado ou censurável. Essa luxúria secreta” acredito eu pode ser substituída por qualquer definição de tentação que foi dada pelos membros de nossa igreja. Um “forte desejo de fazer algo errado ou censurável”, “desejo para algo não recomendável”, “desejo para o mal”, “maus desejos” etc.

MAIS UM COMENTÁRIO SOBRE TENTAÇÃO

Lembre-se que George R. Knight afirmou na página 46 do livro Pecado e Salvação que tentação não é pecado. Frisando que nessa página George R Knight não tinha ainda diferenciado TENTAÇÃO de tentação. Eles simplesmente afirma que tentação não é pecado!

Embora essas tentações sejam tentações, elas não são a TENTAÇÃO propriamente dita. TENTAÇÃO é a sedução para colocar o eu no centro da própria vida, descer da cruz e desistir de viver a vida crucificada. Da TENTAÇÃO é que fluem as tentações”. George R. Knight Pecado e Salvação p.212

Concordo com ele nessa forma de definir tentação, mas aqui nesse ponto ele deveria afirmar que a “TENTAÇÃO” ou as “tentações” é sim pecado. Afinal acredito não ser difícil aceitar que colocar o “eu no centro da própria vidae o que surge como consequência dessa decisão seja pecado. Afirmar que esse tipo de tentação é pecado estaria de acordo com o que ele escreveu na página 40 definindo pecado.

Pecado é o amor direcionado para a coisa errada. É amar mais a criatura do que o Criador. Não faz diferença alguma se essa criatura é algo externo ou a própria pessoa”. George Knight, Pecado e Salvação p. 40

Infelizmente ele não afirma na página 212 que o tipo de tentação ali definida seja pecado, se fizesse aumentaria ainda mais a confusão encontrada no que ele escreveu sobre tentação. Porque, em uma parte do livro ele estaria afirmando que tentação não é pecado,  já em outra parte estaria afirmando que tentação é sim pecado. Na página 46 ele afirma que tentação não é pecado, na página 40 ele afirma que pecado é “é o amor direcionado para a coisa errada. É amar mais a criatura do que o Criador”. Como então deixar de afirmar que TENTAÇÃO, “a sedução para colocar o eu no centro da própria vida”, não é pecado?

Afinal “colocar o eu no centro da própria vida” não é “amor direcionado para a coisa errada? Amar mais a criatura do que o Criador?” Amar mais o “eu” do que a Cristo? Nesse caso AMAR MAIS O EU DO QUE O CRIADOR, não é amor direcionado para    a  coisa errada?

Fica claro que não devemos confiar cegamente em nossos teólogos sobre essa questão. Na verdade, não confiar cegamente, nem nessa nem outras questões também! Pelo menos, não em todos os teólogos. Os comentários de George R. Knight sobre tentação e suas contradições no livro Pecado e Salvação revela o quanto esse tema é controverso, e o quanto ele precisa ser estudado com muita oração e atenção.

Voltemos Para Definição de Tentação da Maioria

Foi impressionante constatar como a maioria respondeu que tentação não é pecado, por terem citado o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas e não ter pecado para justificar o porquê de sua opinião e depois terem dado como definição de tentação “desejo para o mal”, “maus desejos” etc

Confesso que fiquei bastante incomodado ao constatar que essas pessoas, membros líderes na igreja, pessoas a muitos anos na igreja com boa formação não tido a menor preocupação ao afirmar que a definição que deram para tentação não é pecado e também por parecer que essas pessoas desconhecem o fato de que em Jesus jamais ter surgido esses tipos de pensamentos ou desejos quando submetido às tentações. Sendo assim, o fato de “Jesus ter sido tentado em todas as coisas e não ter pecado”, não pode ser usado como argumento para afirmar que o tipo de tentação definida pela maioria não seja pecado.  É exatamente isso que comprovaremos com a apresentação dos textos a seguir.

Como Jesus Reagiu Diante das Tentações

Note que nos os textos seguintes do Espírito de profecia que Satanás nunca despertou em Jesus um sentimento ou desejo de fazer algo contrário a vontade de Deus.

“Vem o príncipe do mundo”, disse Jesus; “e ele nada tem em Mim.” João 14:30. Nada havia nEle que correspondesse aos sofismas de Satanás. Ele não consentia com o pecado. NEM POR UM PENSAMENTO CEDIA À TENTAÇÃO. O mesmo se pode dar conosco. O Desejado de Todas as Nações, p. 123.

“Nem sequer em pensamento Cristo sucumbiria ao poder da tentação. Satanás encontra nos corações humanos algum ponto onde fincar o pé; algum desejo pecaminoso acariciado pelo qual suas tentações postulam seu poder. Mas Cristo declarou de Si mesmo: ‘Aí vem o príncipe deste mundo; e ele nada tem em mim’”. –RH, 08/11/1887 (cf. QOD, p. 655). Ellen White e a Humanidade de Cristo, p. 154 – 155

“Mas novamente a tentação é introduzida com a insinuação de desconfiança: “Se Tu és o Filho de Deus”. Mateus 4:6. Cristo foi tentado a responder ao “se”; absteve-Se, porém, da mais leve aceitação da dúvida. Não poria em risco Sua vida para dar a Satanás uma prova”. O Desejado De Todas As Nações, P. 124

“Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está a fazer expiação por nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo. Nem mesmo por um pensamento poderia nosso Salvador ser levado a ceder ao poder da tentação”. O Grande Conflito, p. 623.

“Ele sofreu ao ser tentado, e sofreu proporcionalmente à perfeição de Sua santidade. Mas o príncipe das trevas não achou nada nEle; nem sequer um simples PENSAMENTO ou SENTIMENTO respondeu à tentação”. Ellen White e a Humanidade de Cristo p. 152

“’Vem o príncipe do mundo’, disse Jesus; “ele nada tem em Mim.” João 14:30. Nada havia nEle que correspondesse aos sofismas de Satanás. Ele não consentia com o pecado. Nem por um pensamento cedia à tentação. O mesmo se pode dar conosco”. O Desejado de Todas as Nações, p. 123

Veremos nesse estudo que quando Ellen White diz que tentação não é pecado ela não está incluindo nessa afirmação o tipo de tentação definida pela maioria.

É muito claro que Ellen White não está afirmando que aquilo que a maioria definiu como sendo tentação, não é pecado. Ela não afirmaria que esse tipo de tentação não é pecado tendo consciência da abrangência da lei de Deus. Sabendo que a lei de Deustoma conhecimento não somente das ações exteriores, mas dos pensamentos e intenções, dos desejos e emoções do coração”. Ela também não usaria o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas para afirmar que o tipo de tentação definida pela maioria não é pecado, sendo que ela mesma inspirada pelo Senhor Espírito Santo afirmou que Jesus nunca respondeu à tentação com um pensamento ou sentimento contrário a vontade de Deus.

Então aquele que parece ser o raciocínio de muitos, Jesus teve, não foi considerado pecado nEle então não é pecado em nós também, por tudo que já vimos, esse tipo  de raciocínio certamente não seria usado pela serva do Senhor!

Ele sofreu ao ser tentado, e sofreu proporcionalmente à perfeição de Sua santidade. Mas o príncipe das trevas não achou nada nEle; nem sequer um simples PENSAMENTO ou SENTIMENTO respondeu à tentação”. Ellen White e a Humanidade de Cristo p. 152

“Diz o salmista: “A lei do Senhor é perfeita.” Quão admirável em sua simplicidade, sua amplitude e perfeição, é a lei de Jeová! É tão breve, que nos é possível decorar facilmente cada preceito, e todavia, tão abrangente que exprime toda a vontade de Deus, e toma conhecimento não somente das ações exteriores, mas dos pensamentos e intenções, dos desejos e emoções do coração”. Mensagens Escolhidas, vol. 1 p. 217

“A lei de Deus denuncia o ciúme, a inveja, o ódio, a malignidade, a vingança, a concupiscência e a ambição que brotam no coração, mas não encontraram expressão em ato exterior, porque faltou ocasião, e não vontade.Mensagens Escolhidas, vol. 1 p. 217

Vemos também que não é possível provar pela Bíblia e Espírito de profecia que o tipo de tentação definida pela maioria não é pecado

Após termos vistos esses textos do Espírito de profecia sobre como Jesus reagiu diante das tentações, temos respostas para terceira e quarta pergunta. O fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas não pode ser usado como argumento para afirmar que o tipo de tentação definida pela maioria não seja pecado, porquê Jesus nunca teve um pensamento ou um desejo de fazer o mal quando submetido as tentações do inimigo. Então quando a serva do Senhor e a Bíblia afirma que Jesus foi tentado em todas as coisas não significa que Jesus teve os mesmos desejos e sentimentos corrompidos que nós temos. Volto a frisar, não podemos usar o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas para afirmar que nossos desejos e sentimentos contrários à vontade de Deus, que chamamos de tentação, não seja pecado

Como querer provar pela Bíblia que o tipo de tentação definida pela maioria não é pecado tendo em mente o que nos ensinou Jesus no sermão da montanha?

“Eu, porém, vos digo que todo aquele que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo”. Mateus 5:22

“Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”. Mateus 5:27,28

TENTAÇÃO: Estímulo externo mais algo no interior da pessoa tentada que corresponda aquele estímulo.

Já vi pessoas defenderem o seguinte pensamento: Para que haja tentação é necessário o estímulo externo provocado por algo ou alguém e também algo dentro da pessoa que está sendo tentada ou provocada algo que responda aquele estímulo ou provocação na forma de sentimentos e desejos de fazer algo errado ou censurável. Até mesmo em uma de nossas lições da Escola Sabatina encontramos algo parecido com essa forma de pensar sobre tentação.

“Três orações. Quando somos tentados a e ceder a nossa natureza humana decaída, devemos fazer imediatamente três orações: 1) Senhor, sou fraco e indefeso; gosto desta transgressão. (Você não seria tentado se não gostasse dela). 2) Mas, Senhor, isto está errado. Por favor dá-me a vitória. 3) Obrigado, Senhor, creio que Ti me concedeste a vitória”. Lição da Escola Sabatina, 3º Tri. 1992. 1 Pedro, p. 78.

Afirmar que, para que uma pessoa seja tentada é necessário além de um estímulo externo, seja preciso também algo no interior do indivíduo tentado que corresponda aquela tentação. No caso da lição da Escola Sabatina, a pessoa tentada tem que gostar da tentação, porque caso não goste você não seria tentado. As pessoas que defendem esse tipo de pensamento devem estar atentas para o seguinte: Pensando dessa forma, vendo os textos sobre como Jesus reagiu diante das tentações essas pessoas precisam saber que, pensando assim, vão então chegar à seguinte conclusão: JESUS NÃO FOI TENTADO EM TODAS AS COISAS como nós somos! Jesus não sentia nenhuma atração ou gosto pelas tentações apresentadas a Ele por Satanás. Vejam esse importante texto do Espírito de profecia sobre como Jesus reagia diante das tentações de Satanás:

“Mas novamente a tentação é introduzida com a insinuação de desconfiança: “Se Tu és o Filho de Deus”. Mateus 4:6. Cristo foi tentado a responder ao “se”; absteve-Se, porém, da mais leve aceitação da dúvida. Não poria em risco Sua vida para dar a Satanás uma prova”. O Desejado De Todas As Nações, P. 124

Nem mesmo por um pensamento poderia nosso Salvador ser levado a ceder ao poder da tentação. Satanás encontra nos corações humanos algum ponto em que pode obter apoio; algum desejo pecaminoso é acariciado, por meio do qual suas tentações asseguram a sua força. Mas Cristo declarou de Si mesmo: “Aproxima-se o príncipe deste mundo, e nada tem em Mim.” João 14:30. Satanás nada pôde achar no Filho de Deus que o habilitasse a alcançar a vitória. Tinha guardado os mandamentos de Seu Pai, e não havia nEle pecado que Satanás pudesse usar para a sua vantagem”. O Grande Conflito, p. 623.

“’Vem o príncipe do mundo’, disse Jesus; “ele nada tem em Mim.” João 14:30. Nada havia nEle que correspondesse aos sofismas de Satanás. Ele não consentia com o pecado. Nem por um pensamento cedia à tentação. O mesmo se pode dar conosco”. O Desejado de Todas as Nações, p. 123

Vejam que essa forma de pensar, de que é necessário ter algo na pessoa que está sendo tentada que corresponda a tentação, ou que tem que gostar da tentação para que seja realmente tentada, vai levar as pessoas a uma conclusão que contradiz a afirmação bíblica de que Jesus FOI TENTADO EM TODAS AS COISAS. Pois como vimos não havia NADA em Jesus “que correspondesse aos sofismas de Satanás”. Portanto essas pessoas devem reavaliar seus conceitos sobre tentação, pois fica claro e evidente que essa forma de pensar NÃO É CORRETA! Essa forma de pensar as leva a uma mentira.

Essas pessoas precisam reconhecer que existe sim a possibilidade de que um indivíduo possa ser tentado sem que haja nele nenhum estímulo interior que corresponda àquela tentação. Pois foi o que aconteceu com Jesus!

Como vimos à vida de Cristo é uma prova que existe essa possibilidade.

O Que Nos Ensinou Jesus

Devemos novamente lembrar o que nos ensinou Jesus no sermão da montanha: Mateus 5:23 “Aquele que se irar contra seu irmão […] estará sujeito a julgamento”.

Mateus 5:28 “Aquele que olhar para uma mulher com intenções impura, no coração já adulterou com ela”.

Jesus não poderia nos ensinar isso se Ele mesmo tivesse pensamentos e desejos impuros. Importante destacar aqui que Jesus não mencionou a duração do desejo impuro ou da ira. Se o desejo ou a ira durou apenas alguns segundos, se foi acariciado ou não.

Ele simplesmente declara que ao surgir tal sentimento aconteceu o pecado.

Certa vez uma pessoa que exerce liderança em um movimento entre os Adventistas aqui no Brasil me fez a seguinte declaração: “Pelos antepassados de Jesus podemos dizer que Jesus passou a vida inteira lutando contra desejos sexuais”. Chamo isso de aberração teológica! Como já vimos Jesus nunca respondeu a tentação com um PENSAMENTO ou SENTIMENTO”.

“Ele sofreu ao ser tentado, e sofreu proporcionalmente à perfeição de Sua santidade. Mas o príncipe das trevas não achou nada nEle; nem sequer um simples PENSAMENTO ou SENTIMENTO respondeu à tentação”. Ellen White e a Humanidade de Cristo p. 152

Abrangência da Lei de Deus

Se todos que professam o cristianismo tivessem consciência da abrangência da lei de Deus com certeza não teríamos pessoas afirmando que tentação como sendo, “maus desejos”, “desejos de praticar algo que não nos convém”, “fortes desejos de fazer algo errado”, “desejos de fazer algo que não agrada a Deus”, não é pecado. Vejamos novamente textos onde a serva do Senhor revela a abrangência da lei de Deus.

“Diz o salmista: “A lei do Senhor é perfeita.” Quão admirável em sua simplicidade, sua amplitude e perfeição, é a lei de Jeová! É tão breve, que nos é possível decorar facilmente cada preceito, e todavia, tão abrangente que exprime toda a vontade de Deus, e toma conhecimento não somente das ações exteriores, mas dos pensamentos e intenções, dos desejos e emoções do coração”. Mensagens Escolhidas vol. 1 p. 217

“A lei de Deus, conforme apresentada nas Escrituras, é ampla em seus requisitos. Atingi os pensamentos e sentimentos. […] Se a lei se estendesse apenas a conduta exterior, os homens não seriam culpados de seus pensamentos, desejos e desígnios errados. […] Mas a lei exige que a própria alma seja pura e a mente santa, para que os pensamentos e sentimentos estejam de acordo com o padrão de amor e retidão”. Mind Character and Personality, vol. 2, p. 564; Mente, Caráter e Personalidade; p. 564

Cristo mostra serem os mandamentos excessivamente amplos, abrangendo mesmo os pensamentos, intentos e propósitos do coração”. Lar Adventista p. 336

“A lei de Deus denuncia o ciúme, a inveja, o ódio, a malignidade, a vingança, a concupiscência e a ambição que brotam no coração, mas não encontraram expressão em ato exterior, porque faltou ocasião, e não vontade”. Mensagens Escolhidas vol. 1 p. 217

“As negras paixões que permanecem ocultas à vista dos homens, a inveja, o ódio, o sensualismo, a ambição, as maquinações perversas nos profundos recessos do coração ainda não executadas por falta de oportunidade – tudo isso a lei de Deus condena”. Atos dos Apóstolos, p. 424

Depois de vermos novamente a abrangência da lei de deus, vejam o comentário a seguir sobre tentação.

Paixão pode geralmente ser equiparada à tentação, e tal não é pecado. Um pensamento impuro pode ocorrer espontaneamente mesmo numa ocasião sagrada, mas ele não polui; não é pecado a menos que seja tolerado e nutrido. Um desejo profano pode repentinamente lampejar na mente sob instigação de Satanás, mas ele não é pecado se não for acariciado”. Tocado por Nossos Sentimentos, p. 163

Deus conhece todos os pensamentos dos homens

“O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são vaidade”. Salmos 94:11 “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar”. Isaías 55:7

Continuaremos publicando alguns artigos sobre o Tema TENTAÇÃO. Que o Senhor nos ajude e nos livre dos enganos do pai da mentira!!!!

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