Tentação é Pecado? 2

Importante destacar que estudamos como Jesus foi tentado porque como vimos no início desse estudo Jesus é a referência para compreendermos o tema tentação. Como veremos a seguir a compreensão de como Jesus foi tentado e venceu nos leva a compreensão de como podemos ser tentados e vencer. Veremos que uma compreensão equivocada sobre  como Jesus foi tentado nos levará também a não ter uma clara  compreensão do tema tentação em nossas vidas.

Lógica Humana e a Negação de Uma Verdade

Vejam no próximo texto pessoas tentando usar a lógica humana para comentar e chegar a conclusões sobre a tentação de Jesus. De certa forma, negar que Ele possa ter sido tentado em todas as coisas.

Texto do livro ELLEN WHITE E A HUMANIDADE DE CRISTO, escrito por Woodrow W. Whidden, publicado pela CPB, Casa Publicadora Brasileira

“Os argumentos dos que alegam que Cristo tinha que ser exatamente igual aos seres humanos pecaminosos para que pudesse identificar-Se com eles caem por terra face á um implacável fato da história humana; todos pecamos, mas Cristo nunca pecou, Pense nisso por um momento. [….] Uma experiência prévia com o pecado sempre fortaleça o poder da tentação. O desejo de cometer qualquer ato específico de pecado será mais forte para quem já praticou aquele pecado do que para quem nunca se deixou levar por ele. Será que isso incapacita Cristo a nos socorrer, ou identificar-Se conosco em nossas tentações. Com rigor, Eric Webster expõe a lógica implacável da situação: “Aqui mesmo, existe um imenso vazio entre Cristo e o pecador. Na melhor das hipóteses, Cristo pode enfrentar a tentação em sua fase inicial, mas não pode ser rebaixado ao nível do alcoólatra que enfrenta a tentação só para deixar-se levar pela bebida pela milésima vez […] Cristo nunca conheceu a força do pecado habitual, não podendo ir ao encontro do homem naquele nível (419). Qualquer tentativa de arrastá-Lo até o nível sucumbe na “base” de nossa história universal de “pecado habitual” Ellen White e a Humanidade de Cristo, p. 98.

“[…] Cristo nunca conheceu a força do pecado habitual, não podendo ir ao encontro do homem naquele nível […]”

Nesse texto fica evidente a negação do fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas. Aqui o autor afirma que Cristo não conhece a força das tentações do pecador habitual. O que ele usa para chegar a essa conclusão? Aqui está a resposta:Com rigor, Eric Webster expõe a lógica implacável da situação”.

Esse tipo de afirmação contradiz a afirmação da serva do Senhor que afirma que a escada vista por Jacó representava Cristo e que essa escada vai da mais baixa degradação da Terra e da humanidade até os mais altos Céus”. E também a afirmação de que Jesus desceuaté o nível das debilitadas faculdades do homem”.

Essas afirmações vemos nos textos a seguir!

“Cristo era a escada vista por Jacó. Cristo é o elo que une a Terra ao Céu e conecta o homem finito com o Deus infinito. Esta escada vai da mais baixa degradação da Terra e da humanidade até os mais altos Céus. […] [Cristo] veio ao mundo para que pudesse entender todas as necessidades da humanidade caída”. – ST, 29/07/1889; Ellen White e a Humanidade de Cristo, p. 157.

“Aquele que era um com o Pai desceu do glorioso trono no céu, … e cobriu Sua divindade com humanidade, descendo, assim, até o nível das debilitadas faculdades do homem […] A maior dádiva que o céu poderia derramar foi dada em resgate pela humanidade caída”. -RH, 11/12/1888; Ellen White e a Humanidade de Cristo, p.156

Antes de continuarmos é importante esclarecer algo para as pessoas que tentam usar a “lógica” para tentar falar sobre como Jesus foi tentado. Jesus foi tentado em todas as coisas, agora, como isso aconteceu é um milagre que não foi revelado aos mortais, então não devemos usar a lógica e nem estabelecer condições, como veremos que alguns fazem, para entendermos como Jesus foi tentado em todas as coisas.

“Ele foi tentado em todas as coisas como o homem é tentado, e mesmo assim é chamado o ente santo. Isto é um mistério que foi deixado sem explicação para mortais: Cristo podia ser tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. Carta 8, 1895 (Enviada a W. L. H. Baker) Ellen White e a Humanidade de Cristo, p. 172.

“É um inexplicável mistério a mortais que Cristo pudesse ser tentado em todos os pontos, como nós o somos, e todavia ser sem pecado [….] Ele humilhou-Se a Si mesmo quando esteve em forma humana, para que pudesse compreender a força de todas as tentações com as quais o homem é assediado”. (Ellen G. White carta 8 de 1895) Tocado por Nossos Sentimentos p. 158

Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos proteja das ciladas preparadas pelo nosso inimigo para nos prender em mentiras que certamente levará muitos a perdição eterna. Saber o que Cristo fez POR nós é importantíssimo porque somente assim entenderemos realmente o que Ele deseja fazer EM nós.

Conceito de Tentação Nesse Texto

“[…] Uma experiência prévia com o pecado sempre fortalece o poder da tentação. O desejo de cometer qualquer ato específico de pecado será mais forte para quem já praticou aquele pecado do que para quem nunca se deixou levar por ele. […]” Ellen White e a Humanidade de Cristo, p. 98

Outro detalhe importante a ser destacado nesse texto é o fato podermos perceber como o seu autor define ou descreve tentação. “[…] Uma experiência prévia com o pecado sempre fortalece o poder da tentação. O desejo de cometer qualquer ato específico de pecado será mais forte […]”

“Tentação” = O desejo de cometer qualquer ato específico de pecado […]”

Essa é mais uma prova de que infelizmente a maioria tem um conceito limitado do que realmente seja tentação.

Estabelecer Condições Para Entender Como Jesus Foi Tentado

Estabelecer Condições Para Entender Como Cristo Foi Tentado em Todas as Coisas, muitos estabelecem condições para acreditarem que Cristo possa realmente ter sido tentado em todas as coisas como eles. Para essas pessoas Cristo tem que ter tido os mesmos desejos, propensões e inclinações que nós temos para então ter sido tentado em todas as coisas como nós.

A seguir veremos textos onde se estabelece condições para aceitar que Cristo tenha realmente sido tentado em todas as coisas.

“Jesus tomou nossas tendências herdadas para o pecado, mas não nossas tendências cultivadas para o pecado. Ele escolheu não pecar e não Se corromper” Herbert E. Douglass, Opportunity of the Century, p. 33

“Lembre-se de que A.T. Jones havia dito Jesus possuía as mesmas paixões que temos que temos’. Todavia Jones explicou que Ele nunca Se rendeu a elas”. Tocado por Nossos Sentimentos p. 113

“Alguns acham que Jesus foi tentado apenas externamente. Se houvesse sido assim, Ele não teria sido verdadeiramente tentado como nós o somos, nem teria conhecido ‘o poder de nossas tentações’, e a ‘ força da paixão humana’, aos quais os homens estão sujeitos”. Tocado por Nossos Sentimentos p. 56

“Ele veio para salvar pecadores, portanto, precisava assumir a carne de pecadores […] Ele tinha todas as fraquezas da carne que nós temos. A carne que Ele Se revestiu possuía todos os desejos que nossa própria carne tem”. Tocado por Nossos Sentimentos p. 112

“Nossas objeções com relação àqueles que declaram que Cristo não possuía tendências para pecar e que Ele herdou apenas ‘simples fraquezas’, aplicam-se também a Webster. De fato, essas declarações não são bíblicas nem estão em harmonia com os ensinos de Ellen White”. Tocado por Nossos Sentimentos p. 214

“Consequentemente é considerada semelhante à de todos os seres humanos. Não uma carne corrompida, mas uma carne que, de acordo com a lei da hereditariedade, porta consigo inerentes tendências para pecar, tendências às quais Jesus nunca sucumbiu”. Tocado por Nossos Sentimentos p. 262

“Jesus não veio à Terra como fez o primeiro Adão, que deixou as mãos do Criador sem nenhuma inclinação para pecar”. Tocado por Nossos Sentimentos, p. 126

“Obviamente, declarou Jones: ‘Ele não poderia ser tentado em todos os pontos como eu sou, se em todos os pontos não fosse como eu sou [….] Cristo estava em Seu lugar, e Ele possuía a natureza de toda raça humana. Nele se encontrava toda a fraqueza de humanidade, de forma que cada homem sobre a Terra que pode ser tentado, encontra em Jesus Cristo poder contra tentação. Para cada alma há em Jesus vitória contra todas as tentações e socorro contra seu poder. Essa é a verdade’”. Tocado por Nossos Sentimentos p. 78

“A carne de que Ele Se revestiu possuía todos os desejos que nossa própria carne tem” […] […] A carne sem quaisquer desejos pelo mal não está sujeita à tentação. Mas Cristo foi tentado como nós o somos, de forma que Ele devia ter a mesma espécie de carne que possuímos”. Tocado por Nossos Sentimentos p. 112

“Alguém que nunca lutou com paixões não pode ter nenhuma compreensão de seu poder, nem jamais experimentou o gozo de vencê-las”. Tocado por Nossos Sentimentos, p. 162

“Ele não foi apenas tentado, mas Suas tentações eram tão fortes que Ele sofreu quando era tentado. Heb2:18. Embora Jesus tivesse em Sua carne todos os desejos que habitavam na carne de Seus antepassados, todavia Ele nunca, nem mesmo por uma só vez, cedeu ao pecado”. Tocado por Nossos Sentimentos p. 123

“Se Cristo estava isento das paixões da humanidade, Ele era diferente dos outros homens, nenhum dos quais tivera essa condição. Tal ensino é trágico e completamente oposto ao que os adventistas do sétimo dia têm ensinado e crido”. M. L. Andreassen, Livro, Tocado por Nossos Sentimentos, p. 161

“[…] De mais a mais, ‘a carne de Jesus Cristo era nossa carne, e nela havia tudo o que há em nossa carne – todas as tendências ao pecado que há em nossa carne estavam em Sua carne, atraindo-O para que cedesse ao pecado’. Do mesmo modo, Jesus portou em Sua própria carne nossas paixões por hereditariedade, potencialmente, mas não em atos”. Tocado por Nossos Sentimentos, p. 82

“Ele enfrentou todas as tentações que você e eu enfrentamos, pela fé na vontade e Palavra de Deus. Não houve uma tendência na carne humana que não houvesse nEle. Ele as venceu a todas”. Tocado por Nossos Sentimentos, p. 118

“Além do mais, o fato de Cristo ter tomado sobre Si a carne, não de um ser sem pecado, mas de um pecador, isto é, a carne à qual Ele assumiu tem todas as fraquezas e tendências pecaminosas às quais a decaída natureza humana está sujeita, é mostrado pela firmação que Ele ‘semente de Davi segundo a carne’. Davi tinha todas as paixões da natureza humana. Ele disse de si mesmo: ‘Eis que eu nasci em iniquidade, e em iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe’. (Sal. 51:5)”. Tocado por Nossos Sentimentos p. 65

Já me deparei com pessoas que negam que Cristo tenha sido tentado em todas as coisas com os seguintes argumentos: Cristo nunca foi velho, não foi mulher. Como então Ele poderia conhecer as tentações dos velhos e das mulheres?

Essas pessoas precisam saber o que iremos revelar a seguir sobre o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas e não ter pecado antes de ficarem contradizendo a clara afirmação encontrada na palavra do Senhor de que Cristo foi tentado em todas as coisas.

Mistério Não Revelado

Algo muito importante que precisa ser destacado novamente é saber sobre como Jesus foi tentado, Jesus tentado em todas as coisas, “ […] e todavia ser sem pecado […]” É UM MISTÉRIO NÃO REVELADO

“Ele foi tentado em todas as coisas como o homem é tentado, e mesmo assim é chamado o ente santo. Isto é um mistério que foi deixado sem explicação para mortais: Cristo podia ser tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. Carta 8, 1895 (Enviada a W. L. H. Baker) Ellen White e a Humanidade de Cristo, p. 172.

“É um inexplicável mistério a mortais que Cristo pudesse ser tentado em todos os pontos, como nós o somos, e todavia ser sem pecado [….] Ele humilhou-Se a Si mesmo quando esteve em forma humana, para que pudesse compreender a força de todas as tentações com as quais o homem é assediado”. (Ellen G. White carta 8 de 1895) Tocado por Nossos Sentimentos p. 158

Normalmente não uso citações que não seja da CPB. Casa Publicadora Brasileira. Nesse caso usei por ser esse livro, “Tocado por Nossos Sentimentos” um livro muito estimado por pessoas, que como vimos, estabelecem condições para que Jesus possa ter sido realmente tentado em todas as coisas.

Vejam essa citação: “O argumento básico da nova Cristologia é bem conhecido: Jesus ‘assumiu a natureza humana de Adão sem pecado’, isto é, a natureza de Adão antes da queda. Na verdade, ‘nEle não havia pecado, quer herdado quer cultivado, como é natural em todos os descendentes de Adão”. Do mesmo modo, se Cristo foi tentado em todos os pontos como nós’, isso nunca ocorreu como proveniente de Seu íntimo, uma vez que Ele não herdou de Adão nenhuma de nossas propensões para o mal”. Tocado por Nossos Sentimentos, p. 263

 Nesse texto do livro Tocado por Nossos Sentimentos é claro o fato de achar necessário que Cristo tivesse as mesmas propensões para o mal que nós temos para que Sua tentações fossem “proveniente de Seu íntimo”. Ou seja, Cristo teria que ter as propensões para o mal que nós temos para que também pudesse ser tentado como nós somos. Insistência em estabelecer condições para entender como Cristo foi tentado em todas as coisas!

Se o fato de Jesus ter sido tentado em todas as coisas e não ter pecado é um mistério que foi deixado sem explicação para mortais devemos parar de tentar compreender plenamente aquilo que não nos foi revelado e entender e aceitar o que foi revelado. Revelado, primeiro, Cristo tentado em todas as coisas e, no entanto, nunca pecou, nunca teve ao ser tentado, um “PENSAMENTO OU SENTIMENTO” voltado para o mal!

“Ele sofreu ao ser tentado, e sofreu proporcionalmente à perfeição de Sua santidade. Mas o príncipe das trevas não achou nada nEle; nem sequer um simples PENSAMENTO ou SENTIMENTO respondeu à tentação.” Ellen White e a Humanidade de Cristo p. 152

“Precisa ser explicado como Ele pôde ser tentado em todas as coisas como nós, em carne semelhante à carne pecaminosa, sem cometer pecado”. Tocado por Nossos Sentimentos p. 251

É evidente que está sendo ignorado a existência desse mistério. “Precisa ser explicado”. Como explicar o que não foi revelado?

Como conciliar esses textos que afirmam que em Jesus havia todas asfraquezas e tendências pecaminosas”, “todas as tendências ao pecado que há em nossa carne estavam em Sua carne, atraindo-O para que cedesse ao pecado’. Com os textos que já vimos e que devemos ver novamente a seguir?

“Nem sequer em pensamento Cristo sucumbiria ao poder da tentação. Satanás encontra nos corações humanos algum ponto onde fincar o pé; algum desejo pecaminoso acariciado pelo qual suas tentações postulam seu poder. Mas Cristo declarou de Si mesmo: ‘Aí vem o príncipe deste mundo; e ele nada tem em mim’”. –RH, 08/11/1887 (cf. QOD, p. 655). Ellen White e a Humanidade de Cristo, p. 154 – 155

“Mas novamente a tentação é introduzida com a insinuação de desconfiança: “Se Tu és o Filho de Deus”. Mateus 4:6. Cristo foi tentado a responder ao “se”; absteve-Se, porém, da mais leve aceitação da dúvida. Não poria em risco Sua vida para dar a Satanás uma prova”. O Desejado De Todas As Nações, P. 124

“Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está a fazer expiação por nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo. Nem mesmo por um pensamento poderia nosso Salvador ser levado a ceder ao poder da tentação”. O Grande Conflito, p. 623.

“Ele sofreu ao ser tentado, e sofreu proporcionalmente à perfeição de Sua santidade. Mas o príncipe das trevas não achou nada nEle; nem sequer um simples PENSAMENTO ou SENTIMENTO respondeu à tentação”. Ellen White e a Humanidade de Cristo p. 152

“’Vem o príncipe do mundo’, disse Jesus; “ele nada tem em Mim.” João 14:30. Nada havia nEle que correspondesse aos sofismas de Satanás. Ele não consentia com o pecado. Nem por um pensamento cedia à tentação. O mesmo se pode dar conosco”. O Desejado de Todas as Nações, p. 123

Próxima semana teremos a continuação desse tema. Que o Senhor nos ajude!

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